domingo, outubro 17, 2010

Marina oficializa neutralidade para segundo turno

"A agressividade do seu confronto pelo poder sufoca a construção de uma política de paz", atacou a senadora. A verde prometeu ainda defender sua fé - ela é evangélica -, sem contudo usá-la "como arma eleitoral"

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO 

Terceira colocada na eleição presidencial, Marina Silva (PV) oficializou na tarde deste domingo a opção pela neutralidade no segundo turno neste domingo.

Em votação simbólica, a ex-presidenciável, que recebeu 19,6 milhões de votos, referendou a posição para a nova etapa da corrida presidencial.

Dos cerca de 170 votantes, apenas quatro declararam apoio a Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB). Mesmo Fernando Gabeira, o candidato derrotado ao governo do Rio que contou com o apoio do tucano no primeiro turno, preferiu a independência do partido.
Individualmente, os filiados estão liberados para aderir às campanhas da petista ou do tucano. É o que Gabeira faz ao endossar a candidatura de Serra. 

"O fato de não ter optado por um alinhamento neste momento não significa neutralidade quanto aos rumos desta campanha", disse Marina, na convenção do PV em São Paulo, em um espaço cultural na Vila Madalena.
Ela leu carta aberta com críticas ao que chamou de "dualidade destrutiva" entre PT e PSDB. Segundo Marina, os dois partidos pregam a "mútua aniquilação" na disputa entre Dilma e Serra.

"A agressividade do seu confronto pelo poder sufoca a construção de uma política de paz", atacou a senadora. A verde prometeu ainda defender sua fé --ela é evangélica--, sem contudo usá-la "como arma eleitoral" -- uma crítica à dominação da pauta religiosa nesta nova fase da disputa.

O secretário de Comunicação do PV, Fabiano Carnevale, afirmou à Folha antes da convenção que a cúpula do partido se comprometeu a não aprovar decisão diferente da de Marina. "Está combinado que a posição oficial do PV será a mesma de Marina. Vamos marchar juntos."

Um comentário:

Pandora disse...

Simplesmente admiro demais essa mulher, defender a fé sem fazer dela arma politica é para poucos... Até aqui ela tem se revelado uma verdadeira cristã, um exemplo em mundo tão carente de exemplos.