O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é poesia a Poesia Persistente.
Sandemiro Valtiago
Do mundo o nome ostenta, estranhaE do animal morto
Que ainda dá seu show
A mente vai-se atrofiando, tacanha
O povo absorto
Serve a um deus de Ho-ho-ho
Água viva da fonte é amônia e ureia
As excretas não saem só na forma oral
Pizzaiolo da mão generosa protagoniza a porneia
Da venda de couves ao palanque principal
E todos a ele adoram quase cegos
E por ele guiados, um cego maior
Esquecendo-se até de uma cruz e uns pregos
Ou lembrando-se dela sem devido esplendor
Não, obrigado. Não quero só a mão, mas a plenitude
A vida em paz, o descanso afinal
Mesmo que venham as dores amiúde
Ainda que logo me acabe a saúde
A mim bastará graça divinal.
Fonte: Poesia Persistente
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