quinta-feira, setembro 09, 2010

Sandemiro Valtiago

O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é poesia a Poesia Persistente. 
Sandemiro Valtiago
Do mundo o nome ostenta, estranha
E do animal morto
Que ainda dá seu show
A mente vai-se atrofiando, tacanha
O povo absorto
Serve a um deus de Ho-ho-ho

Água viva da fonte é amônia e ureia
As excretas não saem só na forma  oral
Pizzaiolo da mão generosa protagoniza a porneia
Da venda de couves ao palanque principal

E todos a ele adoram quase cegos
E por ele guiados, um cego maior
Esquecendo-se até de uma cruz e uns pregos
Ou lembrando-se dela sem devido esplendor

Não, obrigado. Não quero só a mão, mas a plenitude
A vida em paz, o descanso afinal
Mesmo que venham as dores amiúde
Ainda que logo me acabe a saúde
A mim bastará graça divinal.



Fonte: Poesia Persistente

Nenhum comentário: