segunda-feira, dezembro 28, 2009

Demônios nas finanças - O terrorismo go$pel dos gafanhotos

No capítulo do livro, “Por Trás das Bênçãos e Maldições”, o Bispo Rodovalho descreve os quatro tipos de espíritos malignos que atacam ao homem quando está em algum tipo de brecha na área das finanças. Veja:
1) Cortador: Este era aquele que tinha o poder para cortar. Quando o brotinho nascesse, logo seria cortado. Começa a fazer um negócio, vem alguém e desmancha. Inicia uma empresa lucrativa e aí vem os prejuízos e tem que fechar. Começa a ter esperança no trabalho, logo vem um chefe que se indispõe e manda embora. É o espírito de gafanhoto cortador que está liberado contra a pessoa.

2) Migrador: Este é um demônio que migra, muda, não fica em lugar fixo. Ele opera em um período, depois ele volta. Um ano depois, volta novamente. Ele migra até de família em família, região em região. Você já percebeu que de vez em quando começam os acidentes de carro? Sabe o que é isso? São os espíritos migradores. Fazem danos em uma casa trazendo acidentes e perdas financeiras, logo depois aquele espírito de tormenta vai perseguir outra família, outra casa.

3) Devorador: Este tem o poder para cortar mais fundo que o migrador. Ele devora, come velozmente, arranca as cascas e o cerne das plantações deixando apenas a raiz, às vezes deixando só o tronco morto ou semimorto. O devorador toca não apenas nos bens da pessoa, mas no casamento, nas emoções. Delibilita a própria saúde, o próprio equilíbrio que aquela pessoa possuía.

4) Destruidor: Este tem o poder para tirar a vida da planta. Ataca a raiz. As pessoas que se suicidam, muitas delas o receberam. Começa com a perda financeira. Vai envolvendo-se em negócios inescrupulosos, tormentos, até que perde tudo o que possui. O espírito do gafanhoto destruidor arrasa completamente os bens, a felicidade, a saúde e a própria vida da pessoa, matando-a.

Fonte: [ Site da SNT ]

Não consigo entender de onde vem tanto misticismo nos ensinamentos do Sr. Rodovalho. Ele poderia ser menos místico e mais bíblico.

Caro leitor, não se apavore, não caia neste engano anti-bíblico! Esta analogia feita sobre os gafanhotos é pura invencionisse. Uma alegoria mística sem nenhum fundamento exegético, um verdadeiro terrorismo manipulador em detrimento da liberdade que o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo nos proporciona. Afinal, com medo do tal "demônio devorador", muitas pessoas são aprisionadas a este falso ensinamento de que, se não "devolver" o dízimo, tal demônio irá consumir toda a sua renda arrecadada no mês. O dízimo então seria uma proteção, não somente do "gafanhoto", mas dos demais supostos "demônios" descritos no livro do profeta Joel (1:4).

Além do Sr. Rodovalho e toda a sua pirâmide sacerdotal, muitos tem pregado esta mentira. Este devorador, na verdade não se trata de um "demônio"! É um erro grosseiro de interpretação bíblica afirmar o contrário. Vou explicar:

Para começar a refutar este engano, vamos analisar uma passagem bíblica muito conhecida, que fala do gafanhoto "devorador". Em Malaquias 3:11 fala de um gafanhoto devorador na forma de “juízo de Deus”, são pragas nas plantações. O contexto deste verso de Malaquias está, além das passagens anterior e posterior a este versículo, também em Dt 28:38 onde este “gafanhoto” faz parte dos “castigos da desobediência”, veja:

“Lançarás muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá.”

Isto é uma das muitas conseqüências da desobediência do povo de Israel se caso desobedecesse os mandamentos do Senhor.

Para verificar que este gafanhoto é um instrumento de juízo do Senhor, veja também Amós 7:1:


“Isto me fez ver o Senhor Deus; eis que ele formava gafanhotos ao surgir o rebento da erva serôdia; e era a erva serôdia depois de findas as ceifas do rei.”


Note a relação “Desobediência e Juízo de Deus como conseqüência”.

Uma cadeia de equívocos interpretativos ocorre pelo Sr. Rodovalho e pelos defensores da "demonologia dos gafanhotos", pois quando lemos estes quatro versos (8, 9 ,10 e 11 de Malaquias 3) com a devida atenção, fica claro que o contexto é de bênçãos materiais e não espirituais. Abastança! Colheita farta! Frutos na vide! Sem devorador! Sem gafanhotos destruindo as lavouras. O tema é benção material e não saúde, paz, amor e esperança, muito menos existe uma conotação de espíritos malignos!
É exatamente o contexto direto de Joel 1:4, que fala de quatro tipos de gafanhotos (ou de estágios da praga de gafanhotos), alegorizados misticamente pelo Rodovalho. Veja:


"O que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou-o o devorador, comeu-o o destruidor".


Note o contexto deste versículo, principalmente os versos 16 ao 18 do capítulo 1, onde mostra claramente que se trata de uma praga literal e não hiperbólica, como muitos místicos insistem em erroneamente interpretar.

"Acaso, não está destruído o mantimento diante dos vossos olhos? E, da casa do nosso Deus, a alegria e o regogizo? A semente mirrou debaixo dos seus torrões, os celeiros foram assolados, os armazéns, derribados, porque se perdeu o cereal. Como geme o gado! As manadas de bois estão sobremodo inquietas, porque não têm pasto; também os rebanhos de ovelhas estão perecendo"

No próprio livro do profeta Joel, fica claro que esta praga de gafanhotos era exatamente um instrumento de juízo de Deus. Em Joel 2:25 diz:

"Restiruir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o meu grande exército que enviei contra vós outros".

Portanto: se algum líder lhe apregoar o terrorismo dos gafanhotos, não acredite, pois na verdade isso não passa de um grande engano, baseado em uma mentirosa distorção bíblica.

Soli Deo Gloria!

Autor: Ruy Marinho

Fonte: [ Bereianos ]

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